Estamos no começo da agricultura 4.0, na qual tecnologias como sensores no campo, georreferenciamento, rastreabilidade, energias renováveis, drones, biotecnologia, inteligência artificial, big data, veículos autônomos, internet das coisas e comunicação máquina a máquina (M2M) ganham o campo para aumentar a produtividade.
A agricultura de precisão deve alcançar globalmente US$ 12,8 bilhões até 2025, segundo a consultoria MarketsandMarkets. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 67% das propriedades agrícolas no Brasil utilizam alguma tecnológica em processos de plantio, cuidado com o solo, colheita e pós-processamento. É um número significativo, a agricultura de precisão tem aumentado bastante a produtividade no campo. Ghostwriter. Tanto que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro avançou 24,31% em 2020, alcançando participação de 26,6% no PIB brasileiro, quase 2 trilhões de reais.
Mesmo com esses números, ainda há um campo que carece de investimento: a subutilização da tecnologia. Com a adoção das tecnologias embarcadas (controlada por sistemas de computação acoplados às máquinas), muitos proprietários percebem que os dados gerados são pouco aproveitados e que os ganhos poderiam ser bem maiores.
A agricultura 4.0 traz à tona a necessidade de capacitar a mão-de-obra no campo, não somente na parte operacional de máquinas e equipamentos, mas na análise dos dados gerados e na capacidade de transformá-los em informações úteis para a tomada de decisão.
O agronegócio está evoluindo bastante no quesito tecnologia embarcada, mas não no quesito gestão e capacitação humana. É comum que os funcionários sejam treinados nos equipamentos, manuseio e manutenção, mas não em como aproveitar a quantidade de dados gerada. Por isso, reduzir o subaproveitamento da tecnologia é uma oportunidade de melhoria enorme. A ideia é profissionalizar a gestão para sustentar o crescimento de produtividade, com toda a potencialidade das ferramentas utilizadas.
Em um de nossos programas de excelência operacional um dos projetos trouxe para a visibilidade da gestão corporativa o indicador de sobreposição da aplicação de herbicida, dado que era coletado e armazenado pelo equipamento de aplicação e estava disponível contudo, não estava sendo utilizado de forma sistêmica. Essas situações são recorrentes e hoje, com a agricultura de precisão, podemos ser mais assertivos no uso de fertilizantes, herbicidas, sementes, dosando quanto e quando o solo necessita.
Nesse cenário, a certificação da trilha de formação de Belts no Seis Sigma se destaca. Uma das características da metodologia é utilizar diversas ferramentas estatísticas para realizar análises e cruzamentos de dados, que podem resultar em redução de perdas, melhorar o aproveitamento de água, sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, aumentar eficiência produtiva, entre outros diversos benefícios.
Sem o trabalho de análise, um dado não vira informação e, quando vira, não gera transformação sistêmica. O Belt atua nesse ponto, ao fornecer aos gestores informação de qualidade para mudanças assertivas, sem empirismo.
O Black Belt, Green Belt, Yellow belt, que possuem níveis diferente de conhecimento das ferramentas utilizadas na solução de problemas, podem estar inseridos em um programa de Eficiência Operacional, que gerencia a otimização de processos e a redução de custos com base na gestão humana, implantando indicadores-chave e a rotina de produção. Esse programa é fundamental num ramo no qual as inovações de mercado ou de produto podem levar muito tempo. As inovações nos processos e na tecnologia, entretanto, são rápidas, e é preciso estar na linha de frente para não ficar para trás.
Segundo a Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), uma empresa brasileira investe anualmente metade do que investe uma empresa americana. A competitividade está aflorada, e há espaço para trazer uma gestão de pessoas à altura da tecnologia do campo.
Um estudo do GT III da Câmara do Agro 4.0 informa que “a digitalização do agro envolve muita coleta de dados por sensores, máquinas ou até mesmo robôs que requerem um alto processamento de informações e, consequentemente, pessoal capacitado para processar e analisar os dados que se confirmará como o grande vetor diferencial para aumentos na produtividade no campo.” o quanto antes começarmos nossas capacitações mais rápido atingiremos melhores resultados.
Dentro do contexto da Eficiência Operacional, os profissionais da organização podem ser capacitados dentro dos programas de melhoria continua que incluem, uso de metodologias baseadas em melhorias de processos. Os Belts formam um time de melhoria contínua de processos baseado nos dados e nas funcionalidades embarcados. Essas capacitações permitem que se aplique melhor a tecnologia no campo porque são treinados para identificar desperdícios, direcionar/interpretar dados e transformá-los em informações úteis para a tomada de decisões estratégicas.
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Bibliografia
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO (ABTD). Panorama do treinamento no Brasil. São Paulo: ABTD, 2019.
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL. PIB do Agronegócio alcança participação de 26,6% no PIB brasileiro em 2020. Disponível em <https://www.cnabrasil.org.br/boletins/pib-do-agronegocio-alcanca-participacao-de-26-6-no-pib-brasileiro-em-2020>. Acesso em fevereiro de 2022.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Visão 2014–2034: O Futuro do Desenvolvimento Tecnológico da Agricultura Brasileira. Brasília: Embrapa, 2014.
SISTEMA FIEP. Em busca de mais produtividade, agronegócio investe em tecnologia. Disponível em <https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/fiep/sistema-fiep/noticia/2020/09/16/em-busca-de-mais-produtividade-agronegocio-investe-em-tecnologia.ghtml>. Acesso em janeiro de 2022.
PRECISION FARMING MARKET BY TECHNOLOGY (Guidance, VRT, Remote Sensing), Application (Crop Scouting, Field Mapping, Variable Rate Application), Offering (Hardware—Sensors, GPS, Yield Monitors; Software; Services) and Geography – Global Forecast to 2025 https://www.marketsandmarkets.com/Market-Reports/precision-farming-market-1243.html
POTENCIALIDADES E DESAFIOS DO AGRO 4.0 GT III “Cadeias Produtivas e Desenvolvimento de Fornecedores” Câmara do Agro 4.0 (MAPA/MCTI) https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inovacao/agricultura-digital/GT3VERSAOABNT.pdf