Apesar da crescente adesão a programas de Excelência Operacional, boa parte dos Escritórios de Eficiência não alcança o impacto esperado. Um estudo da McKinsey (2020) mostra que 70% das transformações Lean falham em entregar resultados sustentáveis. E isso tem menos a ver com ferramentas e mais com liderança.
Abaixo, os erros mais comuns dos gestores à frente desses programas:
1. Focar demais em projetos e pouco na cultura
Muitos escritórios operam como “fábricas de projetos”, priorizando o volume de entregas. No entanto, sem mudar a mentalidade da organização, o ciclo se repete. Segundo a Gallup (2023), menos de 20% dos funcionários acreditam que a melhoria contínua faz parte da cultura da empresa.
2. Não alinhar com a estratégia do negócio
Programas de eficiência que não têm conexão direta com os objetivos estratégicos viram iniciativas periféricas. Um estudo do BCG (2022) aponta que organizações com forte alinhamento entre projetos de melhoria e estratégia têm 3,2x mais chances de gerar impacto financeiro mensurável.
3. Subestimar a gestão da mudança
Implementar um novo sistema de gestão ou metodologia sem considerar os impactos humanos gera resistência e desmobilização. Segundo a Prosci (2021), projetos com excelente gestão de mudança têm 6x mais chances de sucesso.
4. Centralizar decisões e não formar líderes locais
Muitos EEMCs concentram decisões em um time técnico, gerando dependência e limitando escala. Empresas de alta maturidade promovem “líderes de melhoria” em todas as áreas — o que acelera a autonomia e o ownership.
Estudo do Lean Enterprise Institute mostra que empresas com programas de capacitação contínua têm ciclos de melhoria até 60% mais curtos.
5. Medir apenas economias financeiras
Focar exclusivamente em saving ignora ganhos relevantes como lead time, qualidade, engajamento ou experiência do cliente. A Excellence in Operations Benchmark (EFESO, 2023) mostra que organizações que medem desdobramentos operacionais e culturais colhem 2,5x mais retorno em 3 anos.
6. Ignorar o ciclo de aprendizado organizacional
Projetos terminam, mas aprendizados somem. Falta sistematização da memória organizacional e um repositório de boas práticas. A Bain & Company (2021) destaca que empresas que formalizam o aprendizado têm 50% mais iniciativas replicadas com sucesso.
7. Operar sem governança clara e indicadores de maturidade
Sem papéis definidos, critérios de priorização, e métricas consistentes de evolução da jornada Lean, o escritório vira um time de consultores internos desalinhados. O WEF (2020) reforça que programas sem governança definida têm 4x mais rotatividade de líderes e baixa perenidade.
Conclusão
A excelência não está na metodologia, mas na liderança.
O sucesso de um Escritório de Eficiência depende menos de “fazer Kaizens” e mais de criar as condições para que a melhoria se torne inevitável. Isso exige visão sistêmica, clareza estratégica e gestão da cultura com rigor.
Se você lidera ou apoia um EEMC, vale revisar onde estão seus próprios gargalos, antes de cobrar o próximo projeto.