O MAPPE® é o método desenvolvido pela Setec para avaliação de perfil e performance de equipes, aplicando a lógica de “aprender fazendo”. As equipes participam de uma atividade prática, tipicamente realizada no ambiente do Escape60, que coloca todos os participantes diante de desafios complexos, tempo limitado e necessidade de cooperação. Durante a experiência, o time vivencia situações que revelam sua capacidade de comunicação, resolução de problemas, liderança e adaptabilidade. Ao final, tanto a equipe quanto o consultor realizam uma avaliação estruturada do comportamento (princípios) e dos resultados (utilidade), definindo o nível de desempenho coletivo e gerando insights concretos para o dia a dia de trabalho.
Diferente de ferramentas clássicas como MBTI ou DISC, que são válidas para mapear traços de personalidade ou preferências individuais, o MAPPE® não foca no indivíduo isoladamente, mas na dinâmica real da equipe. Pesquisas mostram que até 80% dos fracassos em projetos não estão ligados à competência técnica individual, mas sim à falta de alinhamento, comunicação e colaboração entre membros do time (PMI, Pulse of the Profession, 2021). Assim, um método que captura a essência coletiva torna-se fundamental para organizações que desejam resultados sustentáveis.
O processo de avaliação no MAPPE® é duplo. Primeiro, observa-se o comportamento: como a equipe toma decisões, distribui papéis, gerencia conflitos e sustenta seus princípios de colaboração. Em paralelo, mede-se o resultado, ou seja, a utilidade e efetividade do entregável dentro do desafio proposto, no caso do Escape60, sair da sala e resolver os desafios. Essa combinação é essencial porque evidencia tanto a forma quanto a substância equipes que “se dão bem” mas não entregam resultados são tão disfuncionais quanto aquelas que entregam resultados de forma caótica e insustentável.
Esse tipo de avaliação encontra respaldo em pesquisas de psicologia organizacional. Estudos de Hackman (2002) e Kozlowski & Ilgen (2006) apontam que o desempenho de equipes de alto nível depende mais de processos coletivos como coordenação, comunicação e aprendizado compartilhado do que de características individuais. O MAPPE® traduz essa evidência em prática, ao permitir que comportamentos coletivos emergentes sejam observados em ação, em vez de deduzidos de relatórios de perfis individuais.
Outro diferencial é que o método combina avaliação e reflexão conjunta. Após a atividade prática, o consultor conduz um debriefing com os participantes, discutindo percepções, pontos fortes e oportunidades de melhoria. Essa reflexão é parte do aprendizado ativo, onde a equipe não apenas recebe feedback externo, mas co-constrói o diagnóstico e gera compromissos de melhoria. Pesquisas em educação corporativa mostram que experiências vivenciais com reflexão estruturada aumentam em até 65% a retenção de aprendizados em comparação com treinamentos puramente expositivos (Kolb, Experiential Learning Theory, 2015).
Além de diagnóstico, o MAPPE® tem efeito imediato como intervenção de desenvolvimento. O simples ato de colocar a equipe em um desafio conjunto, seguido de análise e discussão, fortalece laços sociais, melhora a confiança e cria alinhamento de expectativas. Em projetos de consultoria, esse efeito é particularmente relevante em contextos como kick-offs de projetos, programas de liderança ou iniciativas de gestão da mudança, onde a velocidade de integração e a clareza de papéis são determinantes para o sucesso.
Um dos diferenciais do método é traduzir os 16 comportamentos observados em quatro arquétipos coletivos: Sniper, Alcateia, Cérebro e Trovão.
Esses arquétipos dialogam diretamente com a psicologia profunda de Jung. O Sniper reflete a energia do Governante (ordem e estrutura) e do Sábio (análise e método). A Alcateia traz a força do Prestativo e do Amante, arquétipos que representam confiança, cuidado e vínculos. Já o Cérebro combina o Sábio (pensamento lógico e investigativo) com o Explorador (curiosidade e aversão à rotina). Por fim, o Trovão manifesta o espírito do Herói (ação e superação) aliado ao Rebelde (ruptura e inovação), com traços do Mago na sua criatividade transformadora.
Essa ponte simbólica amplia a compreensão do MAPPE®, oferecendo às equipes não apenas um retrato comportamental, mas também uma narrativa universal que conecta a experiência prática com padrões arquetípicos reconhecidos em diferentes culturas. Na prática, isso facilita o diálogo e o engajamento: é mais fácil dizer “nossa equipe está agindo como Trovão-Rebelde” do que criticar diretamente um comportamento individual.
Em síntese, o MAPPE® não substitui métodos individuais como MBTI ou DISC, mas preenche a lacuna crítica da avaliação coletiva, oferecendo às organizações uma ferramenta prática e validada para compreender e desenvolver suas equipes. Num mundo em que o trabalho é cada vez mais colaborativo, avaliar apenas indivíduos é insuficiente. O MAPPE® mostra como o time realmente funciona, gera insights aplicáveis ao dia a dia e potencializa a performance coletiva. Esse é o diferencial de transformar avaliação em tecnologia social aplicada, capaz de alinhar pessoas, cultura e resultados.